Mídia fala em chantagem, mas papel de vereador é fiscalizar o majoritário

  Nos últimos dias a notícia que os vereadores de Caucaia estão conhecendo e analisando na Câmara Municipal o projeto

Por jangada.online em

3 de junho de 2018 às 19:54
O tema ganhou proporções de repercussão em todo o Ceará. FOTO: Tiago/jangada.online

 

Nos últimos dias a notícia que os vereadores de Caucaia estão conhecendo e analisando na Câmara Municipal o projeto em que concede o direito ao empréstimo internacional do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), no valor de US$ 80 milhões, equivalente a R$ 276 milhões, ganhou proporções inimagináveis na imprensa do Ceará, ultrapassando as barreiras da cidade.

Parte da imprensa cearense está acusando os vereadores de fazer chantagem ao prefeito Naumi Amorim para aprovar o empréstimo. Falam que teve vereador que exigiu até R$ 200 mil para aprovar o projeto. No entanto, a imprensa que abordou a tal chantagem não publicou qual ou quais vereadores estariam chantageando o prefeito.

A imprensa jogou no ritmo da oposição, mas de forma irresponsável, serve para pressionar uma Casa que tem por obrigação fiscalizar o poder municipal. Colocar todos os vereadores no grupo de achacadores é irresponsável e imoral. A denúncia, caso tenha sustentabilidade, deve ser feita, mas de forma responsável. Os vereadores estão no direito de aprofundar as discussões sobre o município poder ou não concretizar o financiamento com a instituição financeira internacional.

O município poderá ser beneficiado? Sim. Poderá trazer mais qualidade de vida as pessoas? Sim. Mas quem ficará devendo este montante financeiro todo são todos os caucaienses que após o financiamento ser concretizado deve ser bem aplicado, com total responsabilidade para evitar o fenômeno da corrupção, tão presente em obra de grande porte pelo Brasil.

Vereador existe para fiscalizar o majoritário. É um papel legítimo. Agora se existiu vereador que está cobrando dinheiro para aprovar projetos dentro da Câmara deve ser apurado e devem ser punidos, caso seja mais de um. O prefeito de Caucaia, Naumi Amoim, deveria se pronunciar, já que o caso ganhou repercussão em parte da imprensa cearense. Sua ausência só piora a crise que virtualmente tem se aprofundado nestes últimos dias.

A imprensa não pode ser conivente com tipos de chantagens ou boatos. Até o valor da suposta chantagem foi relatada e com consentimento do prefeito, segundo disse o apresentador do telejornal.

Caso for constatado que o empréstimo não atende o interesse da cidade os vereadores tem todo o direito de não aprovar. O empréstimo tem por obrigação passar pelos trâmites da Câmara, é lei, é legítimo. Será votado de acordo com a Lei e com a consciência de cada vereador, livre de pressões da imprensa, do majoritário, da oposição, mas sempre a favor da população e de Caucaia.

Conforme o relator da matéria na comissão de Finanças e Orçamento, o vereador Mersinho Gonçalves (PSD), estão sendo analisados muitos pontos para assegurar uma maior transparência e segurança para população. “Faz parte da análise os percentuais de repasse, as parcelas, o nível de endividamento do município, a saúde financeira para pagamento em dia das parcelas, a contrapartida, o crescimento da Receita Corrente Líquida para os próximos 16 anos, dentre outros”, frisa.

Segundo o vereador Weibe Tapeba (PT) a polêmica envolvendo o processo de financiamento do Banco CAF ao município de Caucaia acabou ganhando proporções sem limites. “Não é concebível que se coloque todos os vereadores numa vala comum de posturas que se realmente tenham ocorrido são reprováveis. Sobre a aquisição do empréstimo pela prefeitura, oficialmente eu como parlamentar de Caucaia posso afirmar que ainda sequer analisei   o processo na Câmara porque sequer as comissões emitiram parecer sobre isso e o jurídico também”, afirma.

O vereador Weibe também acredita que ainda não pode fazer juízo de valor numa matéria que não foi analisada ainda. “Não é cabível aprovar a matéria por conta da suposta pressão sofrida pelo executivo, menos ainda votar para alimentar possíveis interesses escusos. A análise do processo de aquisição de financiamento via CAF deve ser pautada nos projetos apontados pela Seinfra, na capacidade de captação da dívida, amortização e cumprimento com a obrigação de pagar sem gerar transtornos para o município e sobretudo contar com a consulta de participação popular nesse processo. Afinal de contas o Município não é apenas a prefeitura, tampouco somente a Câmara”, frisa.

Sobre a acusação que a imprensa fala que os vereadores estão chantageando o prefeito Naumi Amorim, Tapeba sustenta “que não foi pressionado a votar a favor dessa matéria, embora tenha apontado diversas críticas por conta da má distribuição dos projetos de infraestrutura em nosso município. Ficou claro mais uma vez que Caucaia está seguindo o mesmo caminho de priorizar a Grande Jurema e o Centro. Também não chantageei o prefeito porque isso não faz parte do meu perfil. Espero sinceramente que se isso tiver acontecido sejam dados os devidos nomes para que não seja cometida injustiça no nosso município”, ressalta.

jangada.online

conteúdo independente; jornalismo positivo ®

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *