Com o objetivo de discutir estratégias para colaboração mútua e desenvolvimento do Plano de Monitoramento das Tartarugas Marinhas do município de Caucaia foi realizado na manhã da última segunda-feira (8/10) uma reunião entre membros do Projeto Interpesca da Universidade Federal do Ceará (UFC) e o Grupo de Salvamento Aquático Municipal de Caucaia. Na ocasião, o Professor Renato César, coordenador do Interpesca, proferiu uma palestra sobre Tartarugas Marinhas, procedimentos em caso de encalhes e de descoberta de ninhos.

Desde 2016 o Projeto Interpesca/UFC vem monitorando os encalhes de tartarugas marinhas vivas e mortas no litoral de Caucaia. O número já ultrapassa mais de 60 ocorrências. Segundo o Professor Renato César “o Ceará é um importante corredor migratório e área de alimentação destes animais”, explica. “Já no tocante a reprodução, o Ceará não é uma área de grande concentração de ninhos. Nestes dois anos de trabalho foram registramos somente 12 ninhos em Caucaia”, pontua Renato.

As informações e orientações passadas ao Grupo de Salvamento Aquático também serão compartilhadas ao público em geral. A troca de informações é muito valiosa para acrescentar dados que servirão como base para trabalhos científicos e de preservação das espécies marinhas.

O coordenador do Grupo de Salvamento de Caucaia, Thiago Pontes, disponibilizou-se a colaborar tanto através da orientação ao público e do repasse de informações de encalhes e de ninhos, como também auxiliando nas operações de limpezas de praia realizadas pelo Interpesca, que já totalizam 16 ações, com a retirada de mais de 8 toneladas de resíduos das praias. Destaque-se o fato de que o Projeto Interpesca atua de forma totalmente voluntária e ainda não receber nenhum tipo de apoio logístico ou financeiro de instituições públicas e privadas.

O encontro inicial pode ser o pontapé inicial para o esperado Plano de Monitoramento de Tartarugas Marinhas de Caucaia. A iniciativa inovadora poderá colaborar com o desenvolvimento do município que tem grande atratividade turística e geradora emprego. “Esperamos que as autoridades municipais e estaduais competentes possam abraçar essa ideia e colaborar também”, ressalta o professor Renato César.