Jesus foi crucificado por enfrentar o poder econômico e religioso

O crime pelo qual Jesus foi eliminado foi ter apresentado um Deus completamente diferente daquele imposto pelos líderes religiosos, um Pai que nunca pede a seus filhos, mas que sempre dá.

Por jangada.online em

20 de abril de 2019 às 13:04
FOTO: ilustração/Internet.

Em seu caminho de fé, devoção, milagres, espiritualidade e ações, Jesus Cristo, contrapôs ao sistema econômico e religioso imposto em sua época. Com seus seguidores que a todo instante aumentavam a quantidade e seu anuncio para um novo mundo, Jesus, no entender dos interesses das autoridades era tido como perigoso e ameaçador ao poder econômico e religioso que imperava naquele instante.

Jesus bateu de frente das farras religiosas de seu tempo que lucravam com a fé alheia. Com sua humildade lutou pelas classes sociais menos favorecidas, juntando-se as prostitutas e pessoas excluídas do sistema. Cristo não falava só de amor. Ele manifestava o próprio amor em suas ações e atividades cotidianas. Foi o exemplo além da palavra e mesmo crucificado perdoou seus assassinos porque Ele acredita na mudança e evolução dos homens.

Foi assassinado com requintes de crueldade pelos interesses da casta sacerdotal no poder, aterrorizada pelo medo de perder o domínio sobre o povo e, sobretudo, de ver desaparecer a riqueza acumulada às custas da fé das pessoas.

O crime pelo qual Jesus foi eliminado foi ter apresentado um Deus completamente diferente daquele imposto pelos líderes religiosos, um Pai que nunca pede a seus filhos, mas que sempre dá.

A próspera economia do templo de Jerusalém, que o tornava o banco mais forte em todo o Oriente Médio, era sustentada pelos impostos, ofertas e, acima de tudo, pelos rituais para obter, mediante pagamento, o perdão de Deus. Era todo um comércio de animais, de peles, de ofertas em dinheiro, frutos, grãos, tudo para a “honra de Deus” e os bolsos dos sacerdotes, nunca saturados: “cães vorazes: desconhecem a saciedade; são pastores sem entendimento; todos seguem seu próprio caminho, cada um procura vantagem própria”  (Is 56, 11).

Quando os escribas, a mais alta autoridade teológica no país, considerando o ensinamento infalível da Lei, veem Jesus perdoar os pecados a um paralítico, imediatamente sentenciam: “Este homem está blasfemando!” (Mt 9,3). E os blasfemos devem ser mortos imediatamente (Lv 24,11-14). A indignação dos escribas pode parecer uma defesa da ortodoxia, mas na verdade, visa salvaguardar a economia. Para receber o perdão dos pecados, de fato, o pecador tinha que ir ao templo e oferecer aquilo que o tarifário das culpas prescrevia, de acordo com a categoria do pecado, listando detalhadamente quantas cabras, galinhas, pombos ou outras coisas se deveria oferecer em reparação pela ofensa ao Senhor. E Jesus, pelo contrário, perdoa gratuitamente, sem convidar o perdoado a subir ao templo para levar a sua oferta.

“Perdoai e sereis perdoados” (Lc 6,37) é, de fato, o chocante anúncio de Jesus: apenas duas palavras que, no entanto, ameaçaram desestabilizar toda a economia de Jerusalém. Para obter o perdão de Deus, não havia mais necessidade de ir ao templo levando ofertas, nem de submeter-se a ritos de purificação, nada disso. Não, bastava perdoar para ser imediatamente perdoado.

O alarme cresceu, os sumos sacerdotes e escribas, os fariseus e saduceus ficaram todos inquietos, sentiram o chão afundar sob seus pés, até que, em uma reunião dramática do Sinédrio, o mais alto órgão jurídico do país, o sumo sacerdote Caifás tomou a decisão. “Jesus deve ser morto”, e não apenas ele, mas também todos os discípulos porque não era perigoso apenas o Nazareno, mas a sua doutrina, e enquanto houvesse apenas um seguidor capaz de propagá-la, as autoridades não dormiriam tranquilas (“Se deixarmos ele continuar, todos acreditarão nele … “, Jo 11,48). Para convencer o Sinédrio da urgência de eliminar Jesus, Caifás não se referiu a temas teológicos, espirituais; não, o sumo sacerdote conhecia bem os seus, então brutalmente pôs em jogo o que mais estava em seu coração, o interesse: “Não compreendeis que é de vosso interesse que um só homem morra pelo povo e não pereça a nação toda?” (Jo 11,50).

Jesus foi assassinado também pela ganância da instituição religiosa, capaz de eliminar qualquer um que interfira em seus interesses, até mesmo o Filho de Deus: “Este é o herdeiro: vamos! Matemo-lo e apoderemo-nos da sua herança” (Mt 21,38). O verdadeiro inimigo de Deus é o pecado do interesse, a conveniência e a cobiça que tornam os homens completamente refratários à ação divina.

A revelação de Deus com as casas de orações e não de vender a fé fez do milagre da ressurreição um momento de reflexão das ações de ganância do homem que coloca o poder econômico, político e religioso acima de qualquer coisa; até da própria vontade do Senhor.

Egoísmo humano que ainda persiste nos dias atuais com igrejas de todas as denominações pregando o ministério do ter e não do ser. Religiosidade que tem tentáculos amordaçados na política e no sistema capitalista para manutenção da continuidade do poder econômico, político e religioso, e desta forma levar prejuízos para a oprimida maioria das classes sociais menos favorecidas. A mesma que Cristo defendeu, juntou-se e lhe seguia. É preciso às igrejas bebam das ações e da humilde da verdadeira palavra de Jesus para, de fato, alcançarem a salvação do eterno Senhor, na terra e no céu.

 

*Com informação Brasil de Fato

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