Uma filhote de peixe-boi, de apenas um ano de vida, foi resgatada na praia de Tabuba do Morro Branco, no município de Beberibe, nesse domingo, 20, às 14 horas. Ela encalhou três horas antes e foi mantida por populares e veranistas até a chegada da Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis). De acordo com a entidade, o animal estava com um quadro de leve desidratação.

A peixe-boi foi levada até o Centro de Reabilitação de Mamíferos Marinhos (CRMM) da Aquasis, localizado em Iparana, em Caucaia, onde foi examinada. Medindo 1,28 metros e pesando 34 kg, ela passará por exames complementares de avaliação. Segundo a Aquasis, o animal se encontra com um “bom estado de saúde” após ter passado por avaliação clínica. Mais detalhes serão revelados após a realização de exames de sangue (hemograma e bioquímica sérica).

A filhote ficará no CRMM para um processo de reabilitação de, no mínimo, dois anos até estar apta ao processo de retorno ao seu ambiente natural. “O processo de reabilitação de peixes-bois é longo. Para serem devolvidos à natureza, os animais precisam estar totalmente adaptados à dieta herbívora, similar a que encontrarão na natureza, apresentarem tamanho, peso e comportamento ideal, bem como condição de saúde favorável”, explica Vitor Luz, médico veterinário e coordenador do Programa de Mamíferos Marinhos (PMM) da Aquasis.

Falta de ambiente adequado favorece encalhe

O veterinário afirma que os casos de encalhe de filhotes de peixe-boi são comuns e frequentes devido à falta de áreas adequadas e preservadas para as fêmeas cuidarem dos filhotes. “O nascimento em áreas de mar aberto expõe os recém-nascidos a fortes ondas, ventos e correntes, favorecendo a separação da mãe e o posterior encalhe. Outra possibilidade é o abandono pela fêmea com falta de experiência e habilidade materna. Raramente os encalhes de filhotes estão associados a problemas de saúde ou mortalidade das mães”, comenta Vitor Luz.