Saiba como foi a kite trip dos LPD
No último fim de semana rolou a primeira kite trip de uma galera disposta e louca por downwind, ou, abreviadamente, LPD, organizada pelo Claudio
No último fim de semana rolou a primeira kite trip de uma galera disposta e louca por downwind, ou, abreviadamente, LPD, organizada pelo Claudio Brasilino e Júnior Sanabio, o Pipoca, essa empreitada foi um sucesso! Éramos mais de sessenta velejadores e saímos na quinta, dia 02, por volta das 11 horas da manhã do Kitecabana, no Cumbuco, em direção a Lagoinha com o vento bombando mais de 20 knots e maré secando, condição ideal para percorrer as estradas de água salgada do nosso Ceará.
DIA I
O percurso até o Pecém é marcado por muitas ondas e pedras na região do Cauípe e também próximo ao porto. Pra você que está iniciando nessa modalidade, atenção nessas áreas! Paramos para hidratação e para passar os kites por baixo do porto e pé na tábua, ou melhor, pé na água em direção a Taíba, que estava com excelentes ondas. Este trecho também requer cuidado no Morro do Chapéu e principalmente bem mais adiante, na passagem em frente à Lagoa da Taíba, pois devido à erosão a quantidade de pedras ali na maré seca mais que dobrou neste último ano.
Kalu de Souza, Helyas Alves, Erisverton e Eudásio formavam o time campeão do apoio e resgate e garatiram competentemente a segurança de todos os envolvidos. Além deles o time contava com vários “lycras pretas”, que é a galera do LPD que se reúne constantemente para velejar longas distâncias. E foi justamente um deles, um lycra preta, o primeiro a passar por um problema; Daniel Rossy teve seu chicken loop quebrado logo após o Porto do Paracuru e ali é uma zona complicada, pois o vento falha. Mas isso não foi motivo para interromper a kite trip; Daniel e o pessoal do apoio improvisaram um chicken loop com o leash, prêmio MacGyver para essa galera desenrolada!
Chegada a Lagoinha com direito à cerveja gelada e música ao vivo na Kite Point. Para ser bem sincero essa galera LPD sabe viver a vida, nada há melhor que uma confraternizção ao fim de um downwind!
Sexta-feira, 03 de agosto, e de novo o vento soprou cedo mas hoje a parada vai ser mais dura pois serão mais de 100km até Almofala, no município de Itarema. Até lá muita onda, visuais paradisíacos e também trechos com bastante flat. Entramos na água cedo mudando radicalmente a paisagem e tornando-a ainda mais bela, para o deleite dos turistas e dos nativos. Isso é bom demais, Júniooor!
Subo na prancha, ataco a primeira onda, me preparo para a seguinte no inside e bang!, acerto uma pedra e de uma vez só perco as três quilhas, mas como ninguém fica para trás em um downwind bem organizado subo no carro de apoio e mais à frente consigo mais 3 quilhas emprestadas para continuar o trajeto porém as perdi também pelo caminho e cheguei a velejar mais de 20km sem nenhuma quilha e posso afirmar: foi super divertido!
Ericsson Fontenele é campeão brasileiro de Skate Downhill, alucinado e acostumado à toda velocidade. Ele me disse depois que nos trechos de flat impulsionou o seu kite a velocidade total e que esse é o ápice para ele quando faz um downwind por aquelas bandas, toda velocidade à frente!
Almofada, que é bem pacata, se viu invadida por vários kitesurfistas e mais uma vez a festa estava armada, muito rock´n roll na van de apoio e mais uma vez cerveja para refrescar as gargantas sedentas e corpos cansados. Na kite trip dos LPD todo porto é uma festa!
DIA III
Sábado, dia 04 de agosto, seria nossa descida final, nesta etapa as quilhas das pranchas de surfe podem ser um grande empecilho. Logo no café, Daniel Rossi, Nilsinho e mais alguns velejadores conseguiram uma serra para literalmente cortar as quilhas ao meio, uma solução que á primeira vista parece radical mas que vem bem a calhar. A Ilha do Guajiru, que fica logo após Almofala, tem umas das entradas mais belas do nosso litoral pois em uma bifurcação você pode escolher: mar ou mangue? Caso opte pelo mangue prepare-se para um momento ímpar em sua experiêcia como velejador!
Os trechos seguintes são marcados por uma das menores profundidades do nosso litoral, se é que posso chamar isso de profundidade, pois descemos vários quilômetros a talvez 30 centímetros ou menos do fundo do mar. Eólicas e currais bem distantes da praia e próximos à praia fazem desse trecho, um desafio a parte que vale muito a pena ser percorrido e que no nosso caso teve seu desfecho na Praia do Preá, mais precisamente na Play Kite School e foi mais uma vez uma grande confraternização!
Gostaria de agradecer ao Claudinho e Júnior Pipoca pelo convitepara o downwind LPD, foi incrível! Obrigado ao time campeão do apoio: Kalu, Helyas, Erisverton e Eudásio, ao fotógrafo Washington Lourenço e ao video maker Mauro Luiz do Lagartixa; Sandro Bessa, Andreta e Sergão Hard Tour pelo suporte, a Giselle Nuaz pelo espaço aqui cedido e logicamente a todos os participantes pela energia compartilhada no oceano, ALOHA!
Por Keven Lennox, via Giselle Nuaz.