Foram dias de guerra, onde a pólvora do disparo das armas era o som mais escutado e temido em várias localidades do município de Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza. Entre o período de 19 a 26 de fevereiro, tempo da paralisação da Polícia Militar do Ceará (PM), a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) contabilizou 21 assassinatos em vários pontos da cidade.

Na estatística total do Ceará, Caucaia ficou em segundo lugar em quantidade de assassinatos, só perdendo para Fortaleza com registro de 76 mortes. Foram contabilizados assassinatos em bairros da Grande Jurema, Barra do Cauípe, Nova Cigana, Garrote, Munguba, Araturi, Parque Soledade, Planalto Caucaia, Açude, Mirambé e Cigana. Ao todo, nesse período, foram registrados 220 Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) no Estado.

Em Caucaia foi observado um aumento no número de acerto de contas de grupos rivais. Além dos homicídios, os relatos ainda apontam ocorrências de expulsões de famílias de suas casas. O perfil das vítimas durante o período da paralisação da PM são em grande parte homens (94%), com idade entre 18 e 25 anos (46%), vítima de arma de fogo (95,4%) e morto na Região Metropolitana de Fortaleza (64,5%).

A Defensoria Pública do Estado criou uma central de denúncias que pretende mapear violências e violações durante o período. O “Observatório de Violências” conta com formulário na internet para realização das denúncias e também pode ser acionado pelo “Alô, Defensoria”, através do número 129.