Bora de Graça: “foi dado o ônibus, mas foi tirada a dignidade do povo de Caucaia”

O secretário Alberto Rocha esclareceu que é de interesse da atual gestão municipal manter e melhorar o serviço de tarifa zero no transporte público, mas com responsabilidade fiscal para não comprometer os gastos na Saúde e na Educação

Por jangada.online em

30 de janeiro de 2025 às 14:28 atualizado às 14:29
Foto: reprodução/Vídeo

Na manhã desta quarta-feira, 30, o secretário municipal de Patrimônio e Transporte de Caucaia, Alberto Rocha, concedeu uma entrevista ao jornal CETV da TV Verdes Mares para abordar o novo momento do programa de transporte público com tarifa zero, o Bora de Graça.

A redução da frota de ônibus do programa e os novos horários foram abordados na entrevista. Conforme o secretário Alberto Rocha, toda e qualquer limitação da oferta de veículos “se deve ao endividamento que foi deixado pela gestão anterior”.

“Na transição, fomos surpreendidos por uma dívida que vinha se acumulando desde 2022. A Empresa Vitória chegou a publicar em suas redes sociais, em 10 de dezembro de 2024, que havia chegado a um acordo com a então gestão de Vitor Valim para pagar o atrasado, sob risco de interrupção dos serviços ainda na gestão Valim. Fomos surpreendidos com uma dívida ainda maior do que a apresentada. Além da dívida reconhecida pela gestão na transição, descobrimos outras dívidas geradas e não empenhadas. Quando a Empresa Vitória nos cobrou por notificação, descobrimos que a dívida era muito maior. Nesta negociação, intermediada pelo Ministério Público, pensando na população, voltamos ao que era. Vinha rodando com 70 ônibus, mas sem fiscalização; a população tinha a sensação de que eram muito menos. Os ônibus eram superlotados, e os horários não atendiam à demanda. Então, retomamos a origem do contrato, que era de 54 ônibus, e vamos ajustar os horários”, explicou o secretário Alberto.

 

Novos Horários

Conforme o secretário Alberto Rocha, os horários das rotas dos ônibus foram modificados pela empresa sem ouvir a necessidade da população.

“A empresa modificou os horários unilateralmente e sem consultar a população, sem ouvir os anseios da população. Agora a Prefeitura vai assumir essa responsabilidade, vai conversar com a população de cada região e vamos começar a desenvolver um trabalho que atenda a um melhor horário para a população e para a comunidade. Isso é um serviço de prestação para o povo; então, ele tem que ser oferecido em um horário conveniente para o povo e não para o empresário”, ressaltou Alberto.

 

Mais veículos, mas com responsabilidade fiscal

O secretário Alberto Rocha esclareceu que é de interesse da atual gestão municipal manter e melhorar o serviço de tarifa zero no transporte público. No entanto, com responsabilidade fiscal, para aprimorar e oferecer um serviço de qualidade também na área da saúde e na educação. “O compromisso da gestão Naumi Amorim é manter o serviço e melhorá-lo cada vez mais. Se for possível aumentar a frota em curto prazo, com certeza iremos aumentar. Mas temos que voltar a viver tempos de responsabilidade fiscal no município, porque o que aconteceu na gestão anterior é que foi dado um ônibus de graça, mas foi tirada a dignidade do povo”.

 

Existia o ônibus gratuito, mas para o povo ir a um hospital que não tinha médico nem remédio. Ou para uma escola que faltava merenda escolar. Essa busca por equilíbrio fiscal permitirá não só a continuidade do programa, como o seu aperfeiçoamento futuro e a devolução da dignidade ao povo. A busca por esse equilíbrio visa a melhoria da saúde, a normalização dos atendimentos médicos, o retorno da medicação e o funcionamento adequado das escolas. O preço do serviço não pode ser a dignidade do povo de Caucaia”.

 

Fiscalização

O secretário também destacou a fiscalização efetiva que a prefeitura terá neste novo momento de transporte público gratuito em Caucaia.

“A partir de agora, a população pode contar com a prefeitura para a fiscalização efetiva do serviço. Hoje notificamos a Empresa Vitória a prestar todas as informações sobre o serviço prestado, inclusive as rotas de cada ônibus, para garantir à população que os 54 ônibus estão, de fato, nas ruas. Tínhamos 70 ônibus, em tese, nas ruas, mas tenho certeza de que a sensação do povo era de que havia muito menos”, concluiu.

jangada.online

conteúdo independente; jornalismo positivo ®

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *