Engorda do mar em Fortaleza gera pavor entre os moradores do litoral de Caucaia
Com um custo estimado de R$ 67 milhões direcionados para obra de engorda prevista para a extensão de aproximada 1.150
Com um custo estimado de R$ 67 milhões direcionados para obra de engorda prevista para a extensão de aproximada 1.150 metros de praia, na Beira Mar de Fortaleza (CE) a requalificação que avança sob o mar da capital traz muita preocupação para os moradores e donos de empreendimentos ao longo dos 44 km de litoral do município de Caucaia, cidade vizinha.
O intuito da obra nas praias de Fortaleza é proteger e recuperar a faixa litorânea da Beira Mar e Praia de Iracema. Para isso, será aberto no próximo dia 8 de junho uma licitação pública internacional no valor de R$ 67,4 milhões. Só a engorda da Beira Mar será de 1.150 metros de praia. Já na Praia de Iracema será uma ampliação na faixa de areia de 850 metros da área litorânea.
Toda está faixa de praia ganha em Fortaleza pode reverter em mais perdas de áreas nas praias do litoral de Caucaia. Desde a construção do Porto do Mucuripe, na orla de Fortaleza, que as praias de Caucaia vem sofrendo acentuadamente com a erosão marinha. Nas décadas subsequentes a construção do porto o problema vem se agravando cada vez mais com as constantes intervenções no litoral de Fortaleza.
Moradores da Praia do Icaraí, uma das praias mais afetadas pela erosão marinha, argumentam que não foi realizado nenhum estudo de impacto na orla de Caucaia com a construção da referida engorda. Os moradores também contestam a recompensa ambiental para o município de Caucaia e fazem a denuncia que nenhum órgão ligado ao meio ambiente concedeu a liberação para a execução da obra. “Como os órgãos estaduais liberam uma intervenção desta em Fortaleza sem a preocupação com o litoral de Caucaia”, argumenta João Antônio, morador do Icaraí.
Para uma cidade as obras chegam e é iniciado a execução de projetos e de obras sem um estudo integrado com outros municípios vizinhos. “Não é respeitado os direitos de outros municípios, mas apenas a vontade própria da capital. Até parece que Caucaia pode menos ou não pode ter seus direitos respeitados. As intervenções em Fortaleza passam por cima de tudo e de todos, inclusive das leis”, denuncia um dono de empreendimento que pediu ao jangada.online para não ser identificado.
Outra contestação dos moradores é que os responsáveis pela obra da engorda em Fortaleza não incluíram no projeto de engorda do litoral em Fortaleza algumas obras para conter a erosão marinha em Caucaia. “Com toda relação histórica de erosão nas praias caucaienses o projeto da engorda do litoral de Fortaleza deveria pelo menos se estender até Caucaia para evitar possíveis danos as praias, já tão degradadas ao longo de décadas”, ressalta Jorge Pexoto, professor e morador há mais de 20 anos da Iparana.
Diante o agravamento do problema um grupo de moradores estão se articulando para exigir das autoridades um plano para o projeto de engorda em Fortaleza não danificar ainda mais a orla do município de Caucaia. “Mais uma vez existem moradores que estão apreensivos e até angustiados em pensar na possibilidade de piorar e acelerar ainda mais o processo de erosão marinha em nosso bairro”, frisa Celso Damasceno, morador da Praia da Tabuba.
Governo do Ceará
Na última visita do governador do Estado ao município de Caucaia, Camilo Santana, durante a cerimônia de entrega do título de cidadão caucaiense, pela primeira vez, manifestou publicamente apoio para ajudar a resolver o problema da erosão marinha no litoral de Caucaia. No entanto, o governador não mencionou como e quando iniciaria a intervenção nas praias de Caucaia.
E inadmissível um impacto como este ao meio ambiente! Caucaia pede socorro.