Quem é o prefeito que está desafiando a máfia do lixo no Ceará?
Desde o dia 29 de dezembro de 2017 que o município de Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza, está com a
Desde o dia 29 de dezembro de 2017 que o município de Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza, está com a coleta de lixo paralisada após abandono dos serviços prestados pelo Grupo Marquise. Por 20 anos a empresa sempre vencia as licitações e prestava serviço de coleta na cidade. Segundo relatos de moradores a coleta de lixo sempre deixou a desejar e não atendia por completo as comunidades do município.
Toda esta disputa judicial, polêmica e cheia de sujeira nas ruas da cidade começou quando em 16 de dezembro de 2016, no último mês de administração do ex-prefeito Washington Gois, foi assinado um contrato de Parceria Público Privado (PPP) com vigência de 30 anos beneficiando a EcoCaucaia, empresa do Grupo Marquise, em mais de R$ 600 milhões. O contrato foi considerado imoral e o Ministério Público impetrou a Ação Civil Pública solicitando o cancelamento.
Ao assumir a gestão, em janeiro de 2017, o atual prefeito Naumi Amorim, passou por um processo de questionamento aos valores cobrados pelo serviço de coleta que julgou estratosférico (fora da realidade do município), e de mudança no sistema de coleta de resíduos iniciando a execução de uma nova licitação para o setor.
Achando os serviços de coleta cobrados pela empresa com preço alto demais o novo prefeito mandou auditar o contrato de limpeza pública e descobriu diversas irregularidades. Segundo documentos uma das contradições encontradas apontava, por exemplo, um caminhão com capacidade de transportar 12 toneladas que estava registrado na planilha de controle do aterro sanitário, gerido também pelo grupo mesmo empresarial, como se tivesse carregado 21 toneladas de lixo. Os valores da conta são astronômicos, só entre 2007 e 2017, segundo portal da transparência do Tribunal de Contas do Estado (TCE), a Marquise recebeu dos cofres da Prefeitura de Caucaia a importância de R$ 136.404.000,00 pagos com dinheiro do contribuinte. Outra coisa que chama atenção é a variação de valores efetuados a cada ano para os cofres do Grupo Marquise. Em 2015 a marquise embolsou R$ 29.854.033,00, enquanto, em 2012, a coleta custou R$ 6.394.482,23 ao município.
Esta disputa foi parar na justiça. Após 12 meses de liminares que impediam a conclusão da nova licitação, e a Eco Caucaia trabalhando sem ordens de serviço, a empresa acusa a falta de pagamento e cobra surpreendentes R$ 40 milhões da Prefeitura, ou seja, do bolso de todos os caucaienses.
Para tanto, porque o Grupo Marquise não esclareceu ainda para população que tipo de PPP é esta? Que benefícios a população teria? Quais os reais benefícios para as comunidades? O que esta nos bastidores desta parceria do lixo? A Câmara Municipal na época autorizou a PPP, mas qual seria a contra partida em benefícios para população? Porque a empresa não veio mostrar ao público o que iria fazer durante estes 30 anos em prol da cidade? Onde está os termos no documento que mostram estes benefícios?
Uma Parceria Público Privadas, as famosas PPPs, são acordos entre os setores público e privado para a realização conjunta de determinado serviço ou obra de interesse da população. Em uma PPP, a empresa normalmente fica responsável pelo projeto, assim como seu financiamento, execução e operação. O Estado, em contrapartida, paga a empresa de acordo com o desempenho do serviço prestado. Uma vez vencido o contrato, tudo o que foi construído é do governo. Pense em grandes obras de infraestrutura que, embora sejam de responsabilidade do Estado, precisem de um investimento alto demais para ser totalmente realizado pelo poder público. Além dos serviços mencionados a empresa deve conceder benefícios diretos a população, coisa que até o momento está sem resposta no caso do Grupo Marquise em Caucaia.
E foi diante todo este processo de guerra judicial e acumulo de lixo nas ruas e avenidas de Caucaia que chegamos ao questionamento inicial: quem é este prefeito que está desafiando e peitando a máfia do lixo? Caso se confirme as irregularidades na apuração judicial o caso de Caucaia será um dos maiores escândalos já registrados no Ceará e no Brasil de corrupção no setor de empresas de coleta de lixo e administração municipal, já conhecida como a máfia do lixo.
Que prefeito é este que diferentemente do diretor geral do conglomerado empresarial cearense do lixo, que apenas pensa em posses e poderes, nasceu e se criou no sertão do Ceará e entrou na vida pública com objetivo de cuidar do povo do seu torrão? Que prefeito é este que diferentemente dos diretores da empresa de coleta de lixo que quer ficar 30 anos sugando de Caucaia, e que deveriam estar preocupados com seus contratos, estão neste final de semana usufruindo do que há de melhor com amigos passeando de iate de luxo no Caribe, à custa do dinheiro coletado do povo, enquanto o prefeito esta nas ruas se desculpando dos transtornos deixado pelo lixo na porta da residência da população caucaiense, garantindo que está buscando soluções e que o problema será resolvido em pouco tempo? Que prefeito é este que decidiu enfrentar e peitar um dos poderes econômicos mais fortes e tradicionais do Estado do Ceará?
Enquanto a empresa briga na justiça e utiliza de todos os meios e artifícios para tentar jogar a população, alguns vereadores e até a grande mídia local contra o prefeito, o seu dono está curtindo o mar azulado do Caribe, em seu sofisticado iate, gozando das beneficias do que o lixo pode realizar. Naumi Amorim nasceu no distrito de Liberdade, em Tauá, em 1967. Ainda menino seguiu o pai e a família indo morar em uma comunidade rural no município de Parambu, onde passou a infância e estudou as primeiras letras. Filho de família pobre ajudou o pai na roça, juntamente com os irmãos, e sofria vendo a vida difícil dos pais para criá-los. Movido pelo sonho de ajudar a família e o desejo de fazer algo para mudar a realidade sofrida, Naumi, aos sete anos de idade, mostrou sua veia empreendedora e montou seu próprio negócio: uma caixa de engraxar sapatos.
Pelas ruas e praças do Parambu andava com seu instrumento de trabalho em busca de clientes. Até os 15 anos de idade, Naumi exerceu diversas funções como engraxate, vendedor de frutas pelas ruas, em fábricas de cerâmica e gesso e venda de balas nas ruas e portas das escolas.
O menino do Parambu então visualizou um futuro longe de sua terra natal. O município de Goiás foi-lhe apresentado como uma opção e seria o seu divisor de águas. Decidiu apostar no novo para mudar a dura realidade de sua vida e da sua família. Insistiu com o pai que não queria deixá-lo partir. Vendo sua determinação seu pai resolveu vender uma saca e meia de feijão para comprar a passagem.
Então, aos 15 anos de idade, o menino de Parambu pegou um carro pau-de-arara e partiu em busca do seu sonho. Depois de alguns dias de viagem em um transporte sem conforto e segurança, passando fome e sede Naumi chegou à cidade de Rio Verde. Na cidade goiana enfrentou muitos obstáculos para encontrar uma atividade que estivesse de acordo com sua condição física, pois era muito magro.
Conheceu então a atividade dos vendedores de porta em porta, os conhecidos galegos. Dedicou-se com todas suas forças acordando de madrugada e caminhando o dia todo visitando as casas e vendendo produtos para o lar. Seu primeiro salário foi destinado à sua mãe. Sempre acreditando no trabalho, legado que passa hoje para os filhos, Naumi hoje tem uma vida confortável, um patrimônio empresarial e oferece centenas de empregos no Ceará e no Brasil. No Ceará instalou-se no município de Caucaia onde exerce atividades empresariais. Foi também em Caucaia que ele conheceu a política mais de perto.
Ajudar as pessoas foi o que moveu o coração do empresário Naumi a entrar para a política. Ingressou no Partido Social Liberal (PSL) e logo foi incentivado a concorrer às eleições municipais de 2012. Aceitou o desafio e concorreu com lideranças políticas já conhecidas dos eleitores de Caucaia. A surpresa foi ficar na terceira colocação, já que era uma pessoa totalmente desconhecida do meio político. Para ele foi uma experiência exitosa e o credenciou a concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa na eleição de 2014. Foi eleito com 46.835 votos, dos quais 27.241 somente em Caucaia. Em 2016 foi novamente candidato a prefeito e conseguiu ser eleito como politico mais votado da história do município com 80.756 votos.
Um ano após assumir o governo municipal, Naumi, enfrenta um dos maiores desafios de sua vida. Mas, o desafio sempre foi presente em sua caminhada. Amorim não vai mais contratar empresa privada para prestar serviço de coleta de lixo. A Prefeitura de Caucaia assumiu o controle da coleta e agora prepara um plano para deixar a coleta domiciliar em dia, atendendo todo o município e com uma qualidade nunca presenciada no município em seus 258 anos de história.
Os riscos são muitos em não conseguir prestar um serviço que deixe realmente a cidade limpa. No entanto, em suas andanças pelas ruas, acompanhando de perto a força tarefa de limpeza pública, deixa bem claro que está “no meio da rua dando à cara a tapa para limpar a cidade”, ressalta o prefeito Naumi Amorim.
“Não podemos baixar a cabeça. Temos que enfrentar as coisas difíceis. Se o pessoal da Marquise tem a justiça, nos temos o povo. Parece que tem vereador que não gosta da cidade. Fiz a pergunta aos vereadores e alguns falaram que pagavam os 40 milhões a Marquise. Quero pagar o que realmente nos devemos. Não somos caloteiros. E se for para levar o nome de caloteiro em nome do povo de Caucaia, eu serei. Não vou medir esforços”, adianta o prefeito.
Sobre a possibilidade do caso Marquise em Caucaia se tornar um escândalo Naumi disse “vai ser o maior escândalo do lixo do estado do Ceará, e se não for do Brasil. Temos que se unir. Se for para ser punido pela atitude que estou tomando. Eu serei punido em nome do povo de Caucaia. Não irei medir esforços para conseguir manter os serviços médicos e as melhorias com este dinheiro que seria para dar a Marquise. Peço desculpa pelo constrangimento do lixo na porta dos caucaienses e nas ruas, mas temos a responsabilidade e estamos nós esforçando para limpar o quanto antes toda a cidade” relata Amorim,
Sobre o boicote ao pagamento e de ser chamado de caloteiro Naumi diz que a Prefeitura não pode fazer um pagamento de uma cobrança irregular. “Estou aqui defendendo o dinheiro da população. Ainda tem as pessoas que são contra você ser honesto e defender o dinheiro do povo. Temos que saber ser adversário político, mas saber o que é certo e o que é errado para o povo. Em breve teremos uma cidade limpa com um custo bem menor. Vai sobrar dinheiro para fazermos melhorias na saúde, educação, infraestrutura. Temos que fazer com consciência, conscientizar as pessoas e temos que saber valorizar o dinheiro dos caucaienses. Desde que conheci Caucaia sempre foi uma cidade suja. Vamos organizar e fazer o trabalho com um custo bem menor”, conclui o prefeito.
Assim como na letra da música de Tareco e Mariola, do compositor Flávio José, onde diz: “eu não preciso de você, o mundo é grande e o destino me espera, não é você que vai me dar na primavera, as flores lindas que eu sonhei com meu verão… …eu não preciso de você, já fiz de tudo para mudar meu endereço, já revirei a minha vida pelo avesso, juro por Deus, não encontrei você mais não”, Naumi parece, de uma vez por todas, dar adeus ao mal serviço prestado pelo Grupo Marquise, que sempre ganhou altas cifras, para não prestar um trabalho de limpeza que deixasse todos munícipes de Caucaia satisfeitos. Amorim poderá ser um dos primeiros prefeitos do Brasil a enfrentar a máfia e o poderoso cartel das grandes empresas de coleta de lixo no Brasil. Desta forma servir de exemplo e encorajar outros gestores públicos a não ter medo de conglomerados econômicos e seguir caminhos longe do sistema corrupto em que empresas prestam serviço público e roubam milhões da população.
MEU ponto de vista é que tem que ronper MESMO com esses cartéis. MUITO louvável a atitude do NOSSO prefeito. TEM QUE SER MAXO pra mexer com essa turma porém nós todos TEMOS obrigação Moral de dar apoio integral a ELE (PREF.NAUMI ).
Paz e seguranca.
Os proprietarios de caminhao cacamba com as escavadeiras que liparam a cidade de Caucaia em 2018, quando a Marquise deixou de fazer a coleta de lixo, sabe o que aconteceu com eles… So receberam um pagamento e mais nada. Quem e o caloteiro ou a caloteira?!
A prefeitura diz que ja pagou a empresa Guanabara Construcoes diz que nao recebeu… nesse caso acho que o ministerio publico deve procurar saber…Ja passaram 3 anos.
Força prefeito, Caucaia hj chora, mais amanhã ele não vai sorrir, Ela vai dar gargalhadas. Somos todos do certo pelo certo.
Em tempos de pandemia, hoje dia 3 de julho de 2020. Ano eleitoral, Passados 3 anos desde que o prefeito Naumi Amorim do Psd decretou estado de emergencia, para fazer a limpeza da cidade com relacao ao lixo acumulado, deixado de ser recolhido pela empresa Marquise. Ate entao correto. Acontece que segundo a propria prefeitura foi contratado 26 caminhoes cacamba e 6 maquinas, em janeiro de 2018. Assim, fizeram a limpeza conforme a prefeitura fizera o chamado aos proprietarios de cacamba e maquinas escavadeira atraves da empresa Guanabara construcoes. Foi feito so o primeiro pagamento pela Guanabara, dela pra ca nada mais. Portanto, sem pagamento ate agora, hoje sendo 3 julho de 2020. A novela diz que a Prefeitura de Caucaia na pessoa do gestor Naumi Amorim pagou a empresa Guanabara Construcoes, ja a Guanabara diz que nao recebeu. Os proprietarios e a populacao quer saber. Cade o dinheiro que estava aqui!?