Centro de Caucaia: aglomerados e desrespeito aos decretos

O Hospital Municipal Dr. Abelardo Gadelha da Rocha já está com sua capacidade de atendimento no limite com os casos da Covid-19.

Por jangada.online em

14 de maio de 2020 às 15:39 atualizado às 15:54
Flagrante de venda até de churrasquinho no centro de Caucaia na edição do telejornal da TV Verdes Mares. FOTO: reprodução/TV Verdes Mares.

 

Nas calçadas as pessoas passavam se encostando e desviando uma das outras. Os ambulantes continuam vendendo de tudo nas bancas montadas em espaços reduzidos. Há filas com muitas gente, e também comércios não essenciais abertos que parecem fazer cara feia para o novo coronavírus (Covid-19). Os aglomerados com ou sem máscaras multiplicam-se em várias ruas e esquinas do Centro de Caucaia.

O município cearense é o segundo de todo o Estado com maior número de infecções comprovadas laboratorialmente da Covid-19. Nesta quinta-feira, 14, atingiu 783 casos confirmados e 54 óbitos.

É preocupante ver diariamente os flagrantes das cenas no Centro se repetirem com a insistência dos aglomerados. A população longe do “fique em casa” também é testemunha dos aglomerados nas calçadas dos bairros de maiores ocorrências da doença como no Nova Metrópole, Araturi e no resto da Grande Jurema.

O Hospital Municipal Dr. Abelardo Gadelha da Rocha, localizado no Parque Soledade, já está com sua capacidade de atendimento no limite com os casos da Covid-19.

A cidade está inclusa no estudo que indica os 50 municípios do Brasil que terão seu número de casos confirmados dobrados com maior velocidade em pouco tempo. As cenas flagradas no Centro mostram, na prática, a dificuldade da população não cumprir o isolamento social.

Caso a população não se sensibilize na principal medida para evitar a disseminação da doença (o isolamento) a quantidade de atendimento do Hospital Municipal poderá atingir sua capacidade máxima e não terá mais como receber pacientes, mesmo com a breve instalação do Hospital de Campanha, com mais 40 leitos de enfermagem.

 

Flagrante na edição do telejornal da TV Verdes Mares no Centro de Caucaia. FOTO: reprodução/TV Verdes Mares.

 

Necessidade x isolamento social

Os ambulantes nas calçadas e donos de lojas no Centro que descumprem o decreto estadual e municipal não estão enfrentando a fiscalização e a ameaça do vírus porque querem, mas, na maioria dos casos, é pela necessidade e pelo fantasma da vulnerabilidade social que multiplica e já está presente dentro das residências a cada dia sem trabalho.

Em outros países o Governo Federal assegurou o direito dos trabalhadores bancando o isolamento social de todos. No Brasil é preciso muita gente arriscar as suas vidas e as vidas dos familiares para não morrer de fome.

Isso pode explicar a baixa taxa de isolamento social presenciada no Centro de Caucaia.

 

Fiscalização

A Polícia Militar do Ceará em conjunto com a Guarda Municipal de Caucaia realizam diariamente uma inspeção pelo Centro do município. A ação é educativa e repressiva e tem o intuito de fechar os comércios que não estão autorizados o funcionamento pelo decreto. Além de retirar os ambulantes das ruas, organizar o distanciamento nas filas dos bancos e das casas lotéricas, além de fazer a distribuição de máscaras.

 

Flagrante do comércio aberto no Centro de Caucaia apresentado na edição do telejornal da TV Verdes Mares. FOTO: reprodução/TV Verdes Mares.

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