Saiba quais são os desafios da Usina “offshore” de Caucaia

Primeiro desafio: viabilizar um leilão de energia exclusivo para geração dentro do mar

Por jangada.online em

26 de março de 2021 às 15:13
FOTO: reprodução.

 

 

Há vários obstáculos a serem vencidos pelos investidores do projeto de construção de uma gigantesca usina “offshore” de geração de energia eólica no Icaraí, litoral de Caucaia, com potência instalada de 600 MW, torres metálicas de 150 metros de altura acima da linha d’água, aerogeradores de até 15 MW cada um, algo que só agora se implanta na Europa e na Ásia, e R$ 7 bilhões de investimento privado.

Entre a boa intenção e a efetivação do projeto, haverá um longo e complicado caminho a percorrer. O maior e o mais difícil desses obstáculos será a viabilização de um leilão de energia exclusivamente para a fonte eólica “offshore”, diz um especialista em energia.

Por enquanto, a Empresa de Planejamento Energético (EPE) mantém-se silente sobre o assunto. Outro fator é que faltam, no Brasil, normas e regulamentos que orientem um certame para a exclusiva compra de energia gerada dentro do mar.

Hoje, por causa da queda da atividade econômica, há energia sobrando no Sistema Integrado Nacional (SIN), adianta a mesma fonte, salientando ainda outra dificuldade: a falta de investidores para suportar um projeto tão ousado – o primeiro no país e o primeiro na América Latina.

Conforme um especialista consultado “a previsão de investimento de R$ 7 bilhões no empreendimento assusta, por vários motivos. Cito um apenas, mas definitivo: este Brasil é um país com absoluta insegurança jurídica, e investir nele, agora, será um alto risco do qual os estrangeiros estão a fugir, pelo menos neste momento de incertezas”, sentencia o engenheiro com absoluta razão, de olho nas mutantes e contraditórias decisões dos tribunais superiores, incluindo o STF.

A tecnologia de geração de energia eólica dentro do mar existe e cada dia ela se moderniza, mas ainda é muito cara, inclusive para grandes e milionárias empresas europeias e asiáticas que já investiram em usinas desse tipo, por exemplo, nos países nórdicos.

Mas o projeto que envolve a BI Participações e Investimentos (BIPI), controlada pelas italianas Imprese e Sviluppo, é o que está, hoje, mais adiantado no setor de análise do Ibama, em Brasília, como revela o engenheiro Lúcio Bonfim, representante da empresa em Fortaleza, que mantém o seu otimismo em relação ao futuro próximo do empreendimento.

O governo do Ceará tem total interesse na viabilização desse empreendimento, primeiro porque será um investimento que, além do seu alto valor, colocará o Estado na vanguarda dessa tecnologia e desse novíssimo negócio de produzir energia no meio do mar; segundo, porque o Ceará já abriga alguns dos maiores fabricantes mundiais de pás e geradores eólicos; terceiro, porque abrirá um novo mercado de trabalho para profissionais de alta qualificação técnica e salários diferenciados.

A usina “offshore” de Caucaia poderá ser o primeiro grande projeto da chamada economia do mar, um sonho do presidente da Federação das Indústrias, Ricardo Cavalcante, do governador Camilo Santana e do seu secretário de Desenvolvimento Econômico, Maia Júnior.

 

(*Com Diário do Nordeste)

 

 

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