Secretário de Saúde de Caucaia fala dos desafios de enfrentamento do Covid-19
O Hospital Municipal Abelardo Gadelha da Rocha possui uma ala exclusiva para pacientes infectados pelo vírus. São 36 leitos de enfermaria para tratamento dos casos leves e moderados e 10 leitos de Terapia Intensiva.
Na opinião do secretário Municipal de Saúde (SMS) de Caucaia, Moacir de Sousa Soares, o novo coronavírus (Covid-19) é a maior tragédia sanitária do século XXI. “O mundo está cavalgando na onda do caos, diante da maior ameaça que marcará o século XXI. Não há óbice que estamos vivendo uma tragédia sanitária sem paralelos. O risco é desmedido, mediante o avanço globalizado dessa “gripe chinesa” causada pelo nCovid-19″ (sigla em inglês que significa: “n”, de novo, “Conv”, de coronavírus e “19”, seu ano de surgimento).
Esse agressivo microscópio agente infeccioso, causador da mais danosa pandemia que já tem lugar na história, entre as doenças que mais mataram em séculos passados, com destaque para a AIDS, gripe espanhola, sarampo, peste bubônica, varíola, febre tifoide, cólera, ebola, dentre outras, assim como as demais, deixará um rastro de mortandade na história da humanidade.
No momento, em Caucaia, registra 52 bairros com algum caso de infecção confirmada laboratorialmente do novo coronavírus (Covid-19). São 798 casos notificados, 268 confirmados, 340 em investigação, 179 descartados e 11 óbitos. Pode-se dizer que essa doença viral não é mais uma possibilidade, e sim, uma certeza, e uma grave ameaça ao sistema de saúde, à economia e à psique da humanidade, em dimensões incalculáveis.
Moacir de Sousa Soares ressalta a importância do plano de contingência que contém dezenas de ações estratégicas para combater a doença na cidade. “No município de Caucaia, visando desacelerar e reprimir o avanço do coronavírus, foi elaborado um plano de contingência contendo dezenas de ações estratégicas. O prefeito, Naumi Amorim, assinou vários decretos contendo medidas restritivas, dentre elas, o de isolamento social, uma medida dura, um exílio doméstico, porém necessária para proteção da população, para retardar o curso da pandemia”, destaca Moacir Soares.
Outra ação importante foi reservar, no Hospital Municipal Abelardo Gadelha da Rocha, uma ala exclusiva para pacientes infectados pelo vírus. São 36 leitos de enfermaria para tratamento dos casos leves e moderados e 10 leitos de Terapia Intensiva. “Vale destacar, também, a condição de 500 mil máscaras reutilizáveis que estão em processo de confecção para serem distribuídas a todos os caucaienses. Merece destaque o projeto Teia da Saúde, um trabalho planificado com os quase 500 ACS do município, completamente voltado para o enfrentamento do coronavírus”, enfatiza Moacir Soares.
Quem foi recalcitrante e desacreditou da gravidade da doença e das medidas adicionais de proteção pode, agora, observar os números que comprovam o desastre. Quem não lembra o que aconteceu na Itália, Estados Unidos e outros países? Descontrole da doença, estrangulamento do sistema de saúde, muitos infectados e inúmeras mortes, a ponto de os médicos submeterem-se fazer a escolha mais difícil e traumatizante de suas carreiras, tendo que decidir quem iria receber o tratamento e quem iria morrer.
“Vale salientar que a partir da próxima semana começam os dias decisivos. Temos que correr contra o tempo para mitigar os impactos do que esta por vir. O pico da doença vem com intensidade. Os número de infectados e dos casos graves acometidos pela Covid-19 vão disparar. Temos de transformar o máximo possível de leitos de enfermarias em leitos de UTI, reforçar toda a equipe profissional para enfrentar o pior cenário até então. Quanto mais efetivas forem, nossas ações menores serão as percas humanas por essa pandemia”, explica Moacir Soares.
Sem dúvida, o ano de 2020 já tem lugar na história das tragédias da saúde. Um vírus inaugurou a morte sem abraços e sem adeus. O mundo está enfrentando tempos de grandes ameaças, desafios, enormes temores e incertezas. “Mas é nessas travessias longas e espinhosas que precisamos mais do que nunca uns dos outros, da união dos esforços e de doses de sacrifícios, para resistirmos essa tormenta juntos, em prol da coletividade”, conclui Moacir Soares, secretário da SMS.