Temporada dos ventos acentua encalhes de tartarugas marinhas no litoral de Caucaia

A praia do Icaraí e do Cumbuco registraram dois encalhes de tartaruga marinha nesta terça-feira (11/9).

Por jangada.online em

12 de setembro de 2018 às 07:59 atualizado às 08:30
A tartaruga encontrada no Cumbuco media aproximadamente 1,5 metros e chamou a atenção de banhistas durante todo o dia. Foto: Tiago/jangada.online

 

Os frequentadores das praias do Cumbuco e do Icaraí, em Caucaia (CE), tiveram uma surpresa nesta terça-feira (11/9). Uma tartaruga marinha da espécie adulto de C. Mydas, com aproximadamente 1,50 metros de casco, foi encontrada morta na faixa de areia do Cumbuco. Já no Icaraí o encalhe de outra tartaruga ocorreu próximo à Lagoa da Barra Nova. Trata-se de um exemplar adulto da tartaruga verde Chelonia Mydas, com aproximadamente 1,80 metros de casco.

No Cumbuco a tartaruga encalhou já sem vida em frente a Barraca Velas do Cumbuco, ponto de encontro de muitos turistas. Logo quando foi identificado o animal os órgãos responsáveis pelo meio ambiente, municipal e estadual, foram acionados. No final da tarde o corpo ainda não tinha sido removido do local.

O Projeto Interpesca/UFC vem monitorando os encalhes e ninhos de tartarugas marinhas na região entre os portos do Mucuripe e Pecém, e desde 2016 já contabilizou mais de 60 encalhes, sendo que na grande maioria dos casos, os animais já encontram-se mortos, e são geralmente da espécie C. Mydas.

Segundo o coordenador do projeto Interpesca, professor Renato César, do Departamento de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceará (UFC), no segundo semestre do ano tem sido observada maior incidência de encalhes de animais, possivelmente em virtude da ação dos ventos que se acentuam nesse período, trazendo os animais em direção às praias. O professor Renato César informa que dente as principais causas de mortes destes animais, documentadas pelo Projeto Interpesca, estão a ingestão de lixo (principalmente plásticos) que leva à obstrução do trato digestório à obstrução do trato digestório, além de doenças como a fibropapulomatose, causada por um vírus semelhantes à herpes humana, e relacionada à poluição dos oceanos. Além destas causas, o professor Renato também cita as interações com a pesca, especialmente o emalhe em redes de pesca ou a captura acidental por anzóis. Nestes casos o animais fica impedido de subir para respirar e acaba morrendo afogado.

 

Interpesca

O projeto Interpesca atua de forma “voluntária” e não recebe verbas públicas nem privadas para realização de suas atividades. Suas pesquisas tem gerado informações científicas importantes, que ajudarão na tomada de decisões para elaboração de políticas para preservação destas espécies ameaçadas de extinção. Das sete espécies de tartarugas marinhas do mundo, cinco ocorrem no Brasil e no Ceará.

 

Veja o vídeo do encalhe da tartaruga no Cumbuco:

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