De um em um. E chega mais um. Aumentando a cada instante, logo no amanhecer. Sem cor. Sem idade. Sem dor. Eleitor que tem que sofrer na fila para abrir a porta para vereadores, prefeitos, deputados, governadores, senadores, presidentes.

No sol. Na chuva. A fila cresce. Na biometria da digital do poder a coisa barra no título de eleitor. De voto em voto. Dedo em dedo. O sistema se mantem. A fila cresce. O menino chora. A senhora grita. A fila anda. Mas, o sol esquenta, a sombra não chega. Só tem candidatos a espera dos votos.

Na fila? Chega mais um, e esquece um documento. Chega outro que pretende vender seu voto. Mas, quanto vale um voto na imensidão da fila do Fórum?

No sol. Na chuva. Sem cor. Sem idade. Sem dor. Na biometria da digital do poder é preciso se cadastrar. Como num curral marcando o gado. Um chip em cada eleitor danado. Ano que vem vale abraço, aperto de mão, uma conversa ao pé do ouvido, e quem sabe até moeda para comprar espaço, seja nas urnas, nas câmaras municipais ou nos palácios.

Após as eleições todos os títulos são esquecidos na imensidão, ausente de filas, da omissão, do desprezo e da negligência.

É preciso superar a fila, o sistema. É preciso evoluir.

Por @tiagofeitosaviana