A filavírus perdida na prevenção

Com a disseminação dos casos de pessoas infectadas com o novo coronavírus a forma mais precavida de prevenção é não sair de casa. No entanto, as filas nos bancos, supermercados e casas lotéricas no Centro de Caucaia preocupam: de um lado a necessidade, do outro o risco do contágio. Leia abaixo a crônica do jornalista Tiago Viana.

Por jangada.online em

25 de março de 2020 às 12:58 atualizado às 13:10
Foto: jangada.online/Mirian Perote

 

Todo mundo junto e misturado.

Na necessidade e no desespero da ignorância. Filas para pagar contas. Filas para comprar. Filas para entrar no banco.

Caixa, Bradesco, Itaú e Banco do Brasil, nada consta, só dinheiro contaminado que sai e entra.

O povo que não se importa com o vírus e parece morar nas filas. Um dia, dois dias, um metro, dois metros o vírus não fica. Mas quanto mais longe, mais o dinheiro alcança.

Quanto mais ficar em casa, mais o tempo passa nas calçadas.

Mas, é preciso pegar dinheiro. É o jeito pagar. É necessário comprar comida.

População acuada entre o aglomerado das filas e a ameaça do vírus gripal.

Na rua um atrás do outro, todos respirando o mesmo ar. É suor que se mistura a saliva, pelo a pele. Sem abraços e nem apertos de mãos. Aglomerações das filas que faz a festa do Covid 19.

Na lotérica a linha cresce e fica sem vista. No contágio que ninguém ver, mas um dia a alma sentirá.

Filas da Caucaia sem fim. Voando de mão em mão, boca em boca a febre alcança.

Vírus que fique bem longe das ruas do mato queimado. Porque se chegar, a fila acaba.

 

Por Tiago Viana

(Twitter: @tiagoviana)

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