Do Pernambuco ao Maranhão: a saga dos 1.500km do velejador solitário Eduardo Fernandes

Na tarde da última sexta-feira, 24, a Praia do Cumbuco, em Caucaia, onde ficou hospedado no Kitecabana Pousada & Loung. Logo cedo, no sábado, 25, montou seu kite e mesmo com vento de 15 nós terral saiu cortando o oceano rumo à próxima parada em Lagoinha.  

Por jangada.online em

2 de agosto de 2020 às 17:37 atualizado às 11:54
Eduardo Fernandes, o Rato, no momento quando entrou na água da Praia do Cumbuco, para seguir a viagem rumo os Lenções Maranhenses. FOTO: reprodução.

No último dia 16 de julho, Eduardo Fernandes, conhecido como Rato, surfista, velejador experiente e instrutor em downwind (seguir o vento, velejo de longa distância) deixava sua residência no Recife, Pernambuco, rumo aos Lençóis Maranhenses, no Maranhão. No entanto, o transporte utilizado para percorrer sozinho os 1.500km de distância não era carro ou avião, e sim, seu hydrofoil, uma mochila nas costas e o kite.

Para isso, o velejador solitário, “desbravador dos mares”, passou dois meses planejando os programados 14 dias de viagem. “No meio da pandemia tive a ideia em vez de pegar um voo para seguir na temporada deste ano as terras dos ventos (Ceará e Maranhão), pegar minha prancha e seguir de kite. Uma planilha foi construída com as tábuas das marés, roteiro de paradas. Tudo foi trabalhado por dois meses para fazer esta aventura. Já tinha a vontade grande de conhecer este litoral e sozinho, sem ter a responsabilidade de me preocupar com as outras pessoas em downwind que organizo na temporada dos ventos”, explica Eduardo Fernandes.

Sobre o que despertou para esta aventura Eduardo acredita que foi a busca por conexão e ratificar os valores que movem a sua vida. “Em busca de conexão das pessoas, do Brasil esquecido, e encontrar todos os meus amigos do velejo pelo Nordeste. Conhecer este país que está escondido e tentar registrar tudo para contar como as pessoas estão se sentindo no pós-pandemia. Compartilhar com todos estes momentos que aproveito os recursos digitais. Estou fazendo a trilha com as pessoas que gostam de me acompanhar através do digital, das redes sociais”, explica Fernandes.

Eduardo Fernandes, o Rato, deixando a Praia do Cumbuco, em Caucaia, para segui para mais um dia de velejo. FOTO: reprodução.

 

Durante o percurso a segurança é o fator fundamental para que o objetivo de chegar ao Maranhão seja cumprido. “Sou louco por segurança. Faz dois meses que estudo as marés, a previsão, as paradas, para fazer as coisas coordenadas. Levo equipamentos para as situações em cada tipo de vento”.

A trip do Eduardo é um momento de profissionalismo, curtição, além da responsabilidade do registro das diferentes praias, lugares inusitados. “A ideia é depois fazer um documentário pós-pandemia. Como ser recebido nas praias e vilas de pescadores”, ressalta.

Para a missão uma parafernália de equipamentos foi cuidadosamente organizada dentro de mochilas para dar suporte por toda viagem. Desde material para conserto do kite, como dispositivo de S.O.S para emergência com socorro aéreo, além de objetos de higiene pessoal, alimentação de proteínas e remédios para qualquer eventualidade.

Com uma média de percorrer 120km por dia o velejador chegou na tarde da última sexta-feira, 24, a Praia do Cumbuco, em Caucaia, onde ficou hospedado no Kitecabana Pousada & Loung. Logo cedo, no sábado, 25, montou seu kite e mesmo com vento de 15 nós terral saiu cortando o oceano rumo à próxima parada em Lagoinha.

Eduardo Fernandes, o Rato, é um exemplo de dedicação, profissionalismo, experiência e superação. As mudanças radicais na vida do velejador fizeram repensar a vida. Casado há 20 anos e quatro filhos o Rato enfrenta o cansaço, as ondas, a falta de vento, e as adversidades do mar, sempre cumprindo suas metas de quilômetros navegados por dia. Neste domingo, 26, chegou à Praia do Preá, em Jijoca de Jericoacoara, onde dorme e descansa para nesta segunda-feira, 27, partir rumo ao seu objetivo final: Lençóis Maranhenses.

Para acompanhar sua jornada existe o seu perfil pessoal no Instagram: https://instagram.com/boardclub?igshid=q0b561lk6e59

O velejador Eduardo Fernandes na KiteCabana Pousada & Lounge, no Cumbuco, onde dormiu para no dia seguinte enfrentar mais quilômetros de mar. FOTO: reprodução

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Um comentário em “Do Pernambuco ao Maranhão: a saga dos 1.500km do velejador solitário Eduardo Fernandes

  • 27 de julho de 2020 em 08:33
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    O termo downwind não significa velejo de longa distância, downwind é um termo aplicado ao “descer com o vento”, ou seja, velejar com o vento favorável. O termo utilizado para o velejo de longas distâncias é “long distance”.

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