O domingo amanheceu nublado. Parecia que não ia dar. Até chuva caiu bem cedo. Mas, o vento foi se levantando. Esticando as pernas e se alongando.

As nuvens pareciam esperar as pipas serem enchidas com ar, as barras serem posicionadas, as cordas separadas. E chegavam muitos de todos os lugares. Faltavam cores para tantas pipas montadas na areia ao longo da praia.
De uma em uma se erguiam nos pontos estratégicos de decolagem. O vento foi aumentando. E logo a sirene tocou. Chegava a hora de mais de 600 pipas de kitesurf partirem rumo ao recorde.

As asas de tecido inflável arrastavam seus velejadores para as bandas do Cumbuco. Foi bonito de se ver. De todas as formas. De todos os tamanhos. Deixando o céu na tonalidade de todas as cores.
Era gente do litoral, do cerrado, das serras e até do sertão do Brasil. Do mundo tinha europeus, americanos, africanos e até argentinos. Com vento que sopra a imersão do poder de deslizar sob as águas, e arrastar a felicidade de quem veleja para mais alto que os 30 metros da pipa.

O céu é o limite entre o recorde batido e o coração de quem subiu a pipa e mergulhou na imensidão da marca universal ultrapassada.

Por Tiago Viana

Twitter: @tiagoviana