Ondas sem fim
De um porto que se ergueu sem estudos oceânicos. Das estruturas de concreto que comiam cada vez mais o mar.
De um porto que se ergueu sem estudos oceânicos. Das estruturas de concreto que comiam cada vez mais o mar. De Fortaleza, cidade metrópole, que crescia avançando sob a praia. Sem consideração pela sua vizinhança. E que se dane a cidade, até então, dormitório. Caucaia iniciava o sumiço do seu litoral. De areia límpida colocavam pedras para conter o mar. Nível de ondas que subiam e alcançavam as barracas, casas, sonhos e transformavam o paraíso em pesadelo.
Foi Pacheco. Foi Iparana. E segue no Icaraí. Avança sob a Tabuba e um dia poderá alcançar até o Cumbuco.
Força da natureza ativada pela prepotência do poder econômico da capital. Entre uma ressaca e outra mais destruição, mais prejuízos para a terra dos Tapebas.
Ocupam as dunas. Não deixam a areia circular. Acumular na praia. Desmatam o Rio Ceará. Especulação imobiliária que acabou de matar as praias da Caucaia. Na Avenida Litorânea do Icaraí a prepotência dos espigões da metrópole tem nome: erosão marinha.
Chega Bag Wall, mas sempre falta dinheiro. Sem ajuda do governo estadual, e apenas risadas sarcástica do federal a praia agoniza entre sol e chuva. Os dias passam, o desprezo só aumenta. Como as #crateras na Avenida Litorânea que após cada ressaca do mar cresce sua vida.
Mas, um dia, um dia, a população do litoral acordará e será testemunha ou de uma tragédia ainda pior ou de uma união municipal, estadual e federal que salvará, definitivamente, todas as praias da Caucaia.
Por @tiagofeitosaviana