Violências versus violência
Mal por mal. Dente por dente. Grito por grito. Olho no olho. Pedra por pedra. Tito por tiro. Morte por
Mal por mal. Dente por dente. Grito por grito. Olho no olho. Pedra por pedra. Tito por tiro. Morte por morte.
E queimam pneus. Colocam fogo em ônibus. Quebram semáforos e câmeras de fiscalização. Rabiscam muros a procura de uma explicação.
Seriam vândalos?
O caos parece diluir a normalidade da maldade. Mas, para se chegar aos limites da ingratidão muita paciência foi superada, pisoteada pelos golpes da tradicional ingerência das autoridades. Entre um bloqueio e outro numa avenida movimentada existem os abismos da desigualdade social. Mal que assola e impulsiona todo tipo de violência, seja a bala, a faca, a mão ou até a palavra.
Nos dias que explodem as guerrilhas das ruas aparecem as mídias de tudo que é canto mostrando a revolta da população.
Destruição que habita nos lares dos morros. Dentro de cada metro quadrado da pobreza. Ignorância de atitudes que fazem dos bueiros as trincheiras do crime organizado.
Os postes agora são escudos das bombas. Meninos e meninas são combatentes da causa de um único dono. Cachorros sem reis, que se assustam do barulho dos tiros. Enquanto as crianças contabilizam ao chão mais um capsula de bala deflagrada pela ausência do poder governamental.
São as lágrimas de abril que banham com as luzes do fogo os dias de sangue, tragédias e a falta de amor a vida que assola os bairros nobres e as favelas desta imensidão, chamada de Fortaleza.
Por Tiago Feitosa Viana