Demitido da Globo por racismo, William Waack, estreia coluna no Diário do Nordeste

Jornal cearense abre espaço para jornalista acusado de preconceito racial.

Por jangada.online em

18 de outubro de 2018 às 23:26 atualizado às 19:33
Foto: Divulgação.

 

No dia 8 de novembro de 2017 circulou e viralizou na Internet um vídeo do jornalista William Waack, então âncora do Jornal da Globo, em que é flagrado fazendo ofensas racistas. Diante a polêmica gerada pelas declarações, que segundo o jornalista tratava apenas de uma piada, a TV Globo decidiu suspendê-lo do telejornal e em seguida rescindiu o contrato. Nesta quarta-feira (17/10) o jornal cearense, Diário do Nordeste anunciou a estreia do jornalista como um dos seus colunistas. Sua coluna será publicada semanalmente, às quintas, e abordará as questões políticas, econômicas e sociais do País.

No polêmico vídeo que levou a ser demitido da Globo, Waack aparece em Washington (EUA), onde estava para a cobertura das eleições presidenciais dos Estados Unidos. Ele se preparava para entrar no ar ao vivo quando um motorista passou na rua buzinando. Donald Trump seria declarado presidente eleito no dia seguinte. O jornalista comenta “está buzinando por que, seu merda do cacete?”, reclamou Waack. Em seguida, ele se virou para o comentarista Paulo Sotero, ao seu lado, e afirmou: “Deve ser um, com certeza, não vou nem falar de quem, eu sei quem é. Sabe o que é?”. Sotero ficou confuso e Waack moveu sua boca em um cochicho quase inaudível “é preto né? É coisa de preto”, disse no vídeo.

Waack é formado em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e começou na Globo como correspondente em Londres, na Inglaterra, em 1996. Em 2000, ele retornou ao Brasil para trabalhar como repórter e produzir séries especiais para o “Jornal Nacional” e outros telejornais. Em 2005, tornou-se âncora do “Jornal da Globo”, função que ocupou até novembro do ano passado. O jornalista também passou por redações do “Jornal do Brasil”, “Jornal da Tarde”, “O Estado de S. Paulo” e pela revista “Veja”. Atualmente Waack  tem apostado nas plataformas digitais com participação em um canal de YouTube, um perfil de Facebook e no site InfoMoney.

Na época de suas declarações gerou uma grande repercussão e polêmica. A comparação da cor da pele com a falta de educação, mesmo sendo uma piada de mal gosto, falta de respeito e remete aos tempos de supremacia racial na época da escravidão. Já o jornal Diário do Nordeste é conhecido por ser um dos mais conservadores do Estado. Pertence a um dos maiores grupos de comunicação do país (Sistema Verdes Mares de Comunicação), que tem em posse duas emissoras afiliadas a TV Globo. Agora abre espaço ao competente jornalista que um dia caiu na armadilha e ingratidão do preconceito.

 

Veja o vídeo na íntegra:

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