Tapebas entre as 10 Terras Indígenas no Brasil com maior vulnerabilidade a Covid-19

As comunidades indígenas de Caucaia estão posicionadas como primeira do Ceará com mais casos e 10ª mais vulnerável do Brasil frente à pandemia

Por jangada.online em

19 de maio de 2020 às 18:28
A liderança Weibe Tapeba pedindo que odos os indígenas permaneçam nas suas casas. FOTO: reprodução/Whatsapp.

 

O portal jangada.online apurou que o município de Caucaia é a primeira do Estado do Ceará e uma das cidades brasileiras com mais registro de indígenas infectados comprovados laboratorialmente com o novo coronavírus (Covid-19).

De acordo com a última atualização o município tem 25 casos confirmados entre o povo Tapeba. As comunidades indígenas de Caucaia estão posicionadas como 10ª mais vulnerável do Brasil frente à pandemia. Os dados são da plataforma de monitoramento da situação indígena na pandemia da Covid-19 no Brasil.

Compõem a análise os dados de vulnerabilidade social, disponibilidade de leitos hospitalares, números de casos por município, número de óbitos, perfil etário da população indígena, vias de acesso e outros fatores relacionados com a estrutura de atendimento da saúde indígena e mobilidade territorial. A última atualização é desta terça-feira, 19, ás 16h10min (ISA/CSR-UFMG).

As informações levantadas tem base nos boletins das Secretarias Estaduais de Saúde sobre a pandemia e compiladas pela iniciativa Brasil.io. Para os casos indígenas, a fonte é a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), subordinada ao Ministério da Saúde (MS).

Conforme a Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos humanos (SPS), o Ceará possui mais de 35 mil indígenas em 20 municípios. Esta população é atendida, segundo a Sesai, por 24 Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena de 18 Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSIs).

Weibe Tapeba, liderança indígena e assessor jurídico da Federação dos Povos Indígenas do Ceará, avalia que o sistema de saúde indígena dos distritos sanitários não está correspondendo à urgência da pandemia. “Temos presenciado uma verdadeira omissão por parte do Governo Federal”, avalia. Isto faz com que haja, por exemplo, “limitação de máscaras, álcool em gel e luvas para os profissionais de saúde” que atuam nas aldeias. “É uma realidade de diversos territórios indígenas do nosso Estado”, acrescenta.

A falta de recursos para subsistência é um dos principais problemas para o povo Tapeba. “Nossos povos possuem um perfil socioeconômico em que as atividades produtivas como pesca, agricultura, extrativismo são as principais fontes de renda e com o isolamento essas atividades se fragilizaram. A saída das pessoas para receberem benefícios ajudou nesse aumento de casos”, afirmou.

O atendimento aos indígenas que vivem em Caucaia está sendo realizado nas estruturas das unidades de saúde municipal e estadual.

jangada.online

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