Avenida Ulisses Guimarães: terra de ninguém

É preciso pensar a Ulisses Guimarães não apenas como mais uma rua de Caucaia, mas, uma via internacional, já que no espaço transitam pessoas do mundo todo.

Por jangada.online em

13 de abril de 2019 às 14:18 atualizado às 14:36
Os buracos na pavimentação em asfalto provocam até congestionamento na avenida. Foto: jangada.online

Inaugurada em 1997 a Avenida Ulisses Guimarães é o principal corredor turístico no litoral do município de Caucaia (CE), e uma das principais vias turísticas do estado do Ceará. Pelos seus quase 5 km, que atravessam os bairros do Parque Leblon e Iparana, escoam o transporte de turistas do mundo todo que senguem rumo às praias do litoral oeste do Estado, como a paradisíaca Jericoacoara.

A rodovia também é o principal elo que une as praias de Caucaia e a orla de Fortaleza, além de ser a segunda entrada do município com maior fluxo de veículos que diariamente atravessam a ponte do rio Ceará (a via é a continuidade da Avenida Leste Oeste, que vem de Fortaleza).

Diante toda esta importância em seus mais de 21 anos de existência a Avenida Ulisses Guimarães nunca teve o seu devido cuidado, seja pelas autoridades ou pelos próprios moradores ou transeuntes. Sempre há lixo no canteiro central, todos os anos aparecem pontos de alagamentos, buracos na pavimentação, além do avanço sem controle da especulação imobiliária, da sinalização ineficiente e ausente de estudo de trânsito, faltam ciclovias e uma fiscalização atuante das construções as margens da pista.

Os problemas da avenida não são de hoje. Nunca nenhum prefeito de Caucaia desenvolveu uma parceria de projetos de gestão compartilhada com o município de Fortaleza. Até os limites de velocidade são diferentes (na parte dentro de Caucaia o limite de velocidade é de 60 km. Já quando veículo entra no território de Fortaleza o limite cai para 50 km). Outra diferença é a sinalização: enquanto em Caucaia há abuso de instalação de lombadas (quebra-molas), ausência de ciclovias e pouca sinalização para pedestre. Em Fortaleza não existe as lombadas (quebra-molas), mas tem ciclo faixas, limitadores eletrônicos de velocidade, faixas exclusivas para o transporte de ônibus e uma ampla sinalização para os pedestres.

A população colabora para a avenida ficar ficar uma verdadeira terra sem lei. Por falta de estrutura no calçamento nas vias paralelas a coleta domiciliar não atende as ruas próximas da Ulisses Guimarães. Os moradores também depositam, a todo momento, resíduos como resto de material de construção, poda de árvores e lixo no canteiro central. Mesmo com o caminhão caçamba da Prefeitura passando diariamente não consegue dar suporte a velocidade em que os residentes colocam os resíduos no canteiro central.

Além de proporcionar um visual de abandono com o lixo depositado ilegalmente no canteiro central. Há também a questão da saúde para as pessoas que residem nas proximidades. O calçadão que separa os dois sentidos da via é ambiente propício para o mato crescer. Nunca o espaço recebeu uma revitalização com jardinagem, e plantação de espécies que produzem sombras. Por dia o trânsito de ciclistas também é grande, mas a ciclo faixa que vem de Fortaleza não tem continuidade e finaliza no início da ponte do rio Ceará.

Outro problema que a via tem passando nos últimos anos são os constantes alagamentos em época de chuva. Conforme nota da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) os pontos de alagamentos da avenida são formados devido à própria população ter concretado ilegalmente bueiros e canais onde a água da chuva era para escoar. Por décadas sem uma fiscalização eficiente por parte do poder público municipal as construções irregulares as margens da via bloquearam o sistema de drenagem fluvial o que reflete em dias de chuva com os pontos de alagamento tradicionais na avenida.

A ausência de um projeto integral, pensado por completo, no conjunto arquitetônico que padronize a Avenida Leste Oeste, localizada em Fortaleza, com a Avenida Ulisses Guimarães, já no município de Caucaia, faz da avenida do município ficar fora dos padrões de uma rodovia moderna que atenda as necessidades atuais dos motoristas, ciclistas, pedestres e dos moradores para um espaço que ofereça segurança e qualidade de vida aos seus usuários.

É preciso pensar a Avenida Ulisses Guimarães não apenas como mais uma rua de Caucaia. Mas, uma via do município internacional que precisa de uma atenção ainda maior, já que no espaço transitam pessoas do mundo todo. A rodovia é a porta de entrada de vários cartões postais da cidade, e acima de tudo, do Estado do Ceará.

Os matos e o lixo no canteiro central, enquanto os buracos tomam a via. A população cansada deixa mensagem para o prefeito próximo aos buracos. Foto: colaborador em especial para o jangada.online

jangada.online

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Um comentário em “Avenida Ulisses Guimarães: terra de ninguém

  • 30 de julho de 2021 em 00:07
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    O município deveria revitalizar essa avenida dando a um aspecto de moderna e praieira, criar um portal de boas vindas com informações turísticas, instalar câmaras de vigilância e monitoramento, implementar calçadas com acessibilidade, regularizar a coleta de lixo e limpeza e multar todos que depositarem lixo no canteiro central ou nos dias e horas fora da programação de coleta. A primeira impressão é a que fica e hoje, infelizmente a porta de entrada do litoral caucaiense é uma latrina.

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