Os lucros dos planos privados de saúde

Os jornais tradicionais do Ceará publicaram nesta terça-feira (15/5), em seus cadernos de negócios, o exorbitante lucro líquido do primeiro

Por jangada.online em

16 de maio de 2018 às 23:28 atualizado às 19:55
FOTO: reprodução/Internet.

Os jornais tradicionais do Ceará publicaram nesta terça-feira (15/5), em seus cadernos de negócios, o exorbitante lucro líquido do primeiro trimestre de 2018 do plano de saúde Hapvida. Segundo a reportagem do Diário do Nordeste a empresa registrou uma elevação de 33,9% no lucro líquido do primeiro trimestre de 2018, somando um montante de R$ 214,1 milhões. No mesmo período, em 2017, o lucro obtido foi de R$ 159,8 milhões. Hoje a instituição possui 2,27 milhões de beneficiários, o que representa uma alta de 8,6%.

Num país onde a saúde pública muita das vezes falta qualidade o negócio de plano de saúde é crescente e assustador. Cada vez mais o lobby deste setor aumenta no meio político. Talvez a saúde pública não tenha a prioridade garantida por pressões nos bastidores para dar suporte ao mercado cada vez mais na ascendente. Aqui se enquadra todos os planos de saúde privado do país.

Há um grande abismo nos elevados preços dos planos de saúde, a lógica o lucro neste setor primária para existência social, e as condições de saúde desejáveis pela sociedade nestes equipamentos privados. As altas taxas de lucratividade e o quase monopólio deixa o consumidor sem opções entre a necessidade de se buscar uma saúde de “qualidade” ou um atendimento que deixa muito a desejar, no setor público. Qualidade duvidosa que nós dias atuais deixa a desejar até no sistema privado de saúde.

Enquanto os lucros ultrapassam a estratosfera muito das empresas que comercializam atendimento médico e hospitalar negam atendimento e são questionadas judicialmente por pacientes que cobram ações indenizatórias por suporte que tinham direito negado. A lógica do capitalismo nos planos privados de saúde deveria ser proibido no Brasil. O cidadão paga duas vezes a saúde pública no país, com os impostos e as mensalidades para num momento crítico de extremo enfermo não poder contar com os serviços de assistência a saúde.

A fila de processos cresce nos tribunais por conta da corriqueira mania das empresas de saúde negarem procedimentos médicos ou executar alguma assistência deficitária. Enquanto isso, aumentos do valor das mensalidades tem seu estudo assegurado para ser repassado aos usuários, além da tentativa de criação de leis que beneficiam exclusivamente os donos dos negócios que mexe com a vida de cada cidadão.

A saúde pública tornou-se um negócio milionário que seleciona os que podem pagar por mais um plano de saúde e os que não podem ter estes benefícios. No setor público parece não haver a mínima necessidade de melhorar a qualidade nos equipamentos e unidades de saúde. Esta gerencia focada para não deixar funcionar o sistema público de saúde teria como único intuito de beneficiar este restrito mercado de meia dúzia de granfinos? Porque não impor limites? E o mais complexo: porque não ofertar uma saúde pública digna com o cidadão?

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