Fortaleza e Caucaia e a cultura de não preservar suas construções históricas

As duas cidades se omitem em proteger seu patrimônio de relevância histórica. A população também tem culpa por não cobrar das autoridades a preservação dos seus prédios históricos.

Por jangada.online em

20 de agosto de 2018 às 21:19 atualizado às 00:10
Prédio da Associação dos Merceeiros localizado na rua Clarindo de Queiroz, com frente também para a rua Major Facundo e rua Floriano Peixoto (Praça do Carmo), em Fortaleza (CE) está correndo risco de ser demolido. Foto: Via Whatsapp.

 

A arquitetura é sempre bela, sempre bem trabalhada. Com materiais que já não existem mais. Entre prédios modernos e a poluição visual das ruas contemporâneas elas se destacam com suas formas que nos levam para outras décadas no passado. A memória arquitetônica de construções que resistem ao tempo não tem seu respeito quando o dinheiro do avanço imobiliário passa por cima e a poeira das demolições avançam acima da memória das cidades.

O tombamento previsto em leis muita das vezes não assegura a resistência do tempo dos prédios. Como no tombamento da casa onde nasceu Rodolfo Teófilo, mas que infelizmente o futuro reservou a demolição, o amontoado de entulho. Muitos prédios que ainda resistem correm este mesmo risco de desaparecer.

A maioria das construções que ocupavam espaços de rara beleza e sempre tem um significado histórico, de grande valor arquitetônico, exclusivos e de muita raridade, estão ameaçados por algum interesse contrário a conservação.

A preservação da memória histórica destes espaços deveria ser mais rigorosa diante as ameaças existentes diariamente. Cabe alertar as autoridades do Patrimônio Histórico e Artístico, em suas diversas escalas, adotarem providências para salvar as raridades arquitetônicas que ainda estão erguidas por Fortaleza, Caucaia e pelo resto do Ceará.

Por falta de uma política mais eficiente as edificações do Centro de Fortaleza estão a mercê de demolições para dar lugar a estacionamentos, modernos prédios, em detrimento da conservação cultura. A preservação destas construções guardam uma história, um momento, um povo com memória e respeito aos seus antepassados com perspectiva de um futuro promissor, mas com consideração a riqueza arquitetônica de cada região das cidades.

Caucaia

O mesmo fenômeno da falta de respeito e zelo pelo patrimônio histórico cultural presenciado em Fortaleza (CE) se reflete também no município vizinho, Caucaia (CE). A cidade tem um número bastante significativo de casarões, mas a exploração imobiliária e também a ação do tempo, sem projetos de restauração, vem destruindo o pouco que ainda resta dos prédios históricos desta cidade.

Em 2014 um dos símbolos dos casarões mais antigos de Caucaia foi demolido bem na entrada da Sede do Centro da cidade. Na época o fato gerou revolta entre a população. No entanto, até hoje o município não tem uma política voltada para incentivar, conservar e proteger seus prédios que tenham alguma relevância histórica.

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