13, 33, 35, 45, 50, 55, 65 ou 90. São tantos os números nesta eleição que faz ficar tonto aquele que olha para tanto adesivo colado em carros. De bandeira nas ruas e vírus na boca. Aglomerações que disputam a necessidade das favelas com as necessidades próprias de cada um dos candidatos. Promessas que se cruzam com a falta de verdade das telas, entre compromissos que em 2021 se dissolvem com a ação dos ventos.

As músicas rimadas com os números fazem decorar a melodia na mente dos mais desatentos. É democracia. É eleição. É voto. É perdão. Tempo de sair dançando sob a lama. Época de gastar a saliva e a sola da chinela.

No YouTube já faz abuso. No Instagram se exibe a cada instante. No Facebook é um somatório de ilusões e desilusões. São oito dezenas que no sorteio das urnas abrem portas e fecham caminhos.

Tem gente que ganha e gente que perde o prêmio de comandar a cidade. Todos na disputa, palmo a palmo das ruas. Muitas são as visitas, reuniões e mosquitos que sugam o sangue. Caminhadas subido e descendo ladeira. E toma café com sal. Come feijão com açúcar. O que um candidato não faz para dominar seu eleitor.

Voto pedido. Voto comprado. Voto perdido. Voto conquistado. O importante é convencer os dedos para digitar os números no dia do voto, palavra mágica que todo mundo busca.

Na caça de dia e de noite, dentro e fora dos currais, os números são o que importa. Proposta para que? Reflexões e compromissos para que? A população que procure depois os números perdidos dos seus direitos.

Neste festival de santos e demônios o eleitor é apenas um número. Estatística que celebra o que conseguiu juntar mais votos. Seja na Primavera, Tucunduba, Sede, Jurema, Catuana ou no resto da porcentagem eleitoral da cidade.

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