O ódio que inspira a barbaridade das tragédias
No último dia 15 de fevereiro um assassinato brutal acontecido no bairro Bom Jardim, em Fortaleza, ganhou as manchetes da

“Você vai morrer, safado” “viado veio, despeitado” “os caras vão matar o viado”, sorrisos, chutes, chineladas, pedradas e pauladas, a ira do preconceito alertou o ódio, despertou a ação desumana da violência. O sangue, a dor, os gritos estimulavam ainda mais a banalização pela vida. O vídeo de um minuto e vinte segundos, que circulou pelas páginas da internet, impacta pela violência, pela tortura e pela banalização da repugnância coletiva.
A violência da divulgação do vídeo pela redes sociais, e autor das imagens que estava por detrás do celular, filmando, é tão, e quanto horroroso, quanto aqueles que estavam distribuindo a violência pelo corpo da vítima. Os sorrisos dos criminosos ao som das pancadas na Dandara entristecem o coração mais duro, do mais puro sentimento homofóbico. A covardia em plena luz do dia remete a transparência do ódio ainda estimulado por vários setores da sociedade. Seja o ódio homofóbico, ódio racista, ódio político, o ódio reanimado por projetos políticos, igrejas, meios de comunicações, cultura tradicional conservadora, e a falta de educação humanizada que traduz nestes resultados de extermínio da pós-modernidade nas ruas das cidades.
A sociedade deve estimular a humanização das ações, dos sentimentos, das pessoas. As igrejas devem parar de estimular a discórdia e atentar para a união, seja qual for a opção sexual dos seus seguidores. A desunião acordada pela cor da pele, pelo poder aquisitivo, pelo nível de escolaridade, pelo preconceito social, e por qualquer outro motivo, deve ser ceifada para que o fogo do ódio não surja e seja a principal força motriz de mais tragédias pelas ruas e avenidas do Brasil.
Como Jesus Cristo, um dia foi humilhado, massacrado, penalizado com seu sangue, sua dor, a injuria, e fúria de alguns. Dandara, no dia 15 de fevereiro de 2017, também foi crucificada, em cima de um carrinho de mão, e sob a truculência, dos filhotes da violência, da insanidade dos tempo de epidemia, da antipatia total dos sentimentos.