No último dia 1° de maio um grupo de aproximadamente 50 pessoas iniciaram uma ocupação numa área verde particular que fica localizada as margens da CE 090, em frente a tradicional mansão da Bonamezza, no bairro do Icaraí em Caucaia. A área invadida é loteada e pertence a um banco.

No local dezenas de fitas e fios definem e demarcam os pedaços dos lotes de cada ocupante. Até barracas foram instaladas na área. Preocupados com o espaço e organização do bairro do Icaraí, um grupo de moradores estão se organizando para pedir aos órgãos públicos municipais e estaduais para que toda a área seja desapropriada para ser erguido equipamentos de lazer, esporte e cultural.

Trata-se da porta de entrada de um dos bairros mais tradicionais do litoral cearense onde muitas histórias se passaram em seus tempos de glórias. A mansão de lazer da família Bonamezza poderia abrigar um museu do mar, de Caucaia e sua história, além de área para Camping, prática de esportes e desenvolvimento de atividades culturais e educacionais onde poderia ser explorado a sensibilização ecológica, apresentações artísticas, etc.

Segundo alguns moradores a área externa da mansão, local da invasão, poderia ser construído uma grande praça pública com vários equipamentos, incluindo uma área verde onde tem vários cajueiros, uma areninha, pista para prática de skate, quadra de vólei, parque infantil, academia popular e um jardim com várias espécies nativas.

O projeto ainda não foi apresentado aos órgãos públicos municipais ou estaduais, mas é debatido em grupos de mensagens instantâneas, redes sociais e pelas esquinas do Icaraí. Moradores de todo o bairro e de regiões próximas, como Tabuba e Cumbuco, temem que se a invasão da área da mansão Bonamezza for bem sucedida esta ação poderá ser repetida em mais áreas do litoral de Caucaia. “As dunas da praia do Icaraí, Tabuba e Cumbuco são constantemente alvos de invasão, problema que prejudica até na intensificação do processo de erosão marinha”, ressalta João Antônio, morador do Icaraí a 15 anos.

Um grupo de moradores já estão articulando até manifestações para compartilhar a ideia da desapropriação entre os residentes do Icaraí e sensibilizar as autoridades municipais para a causa. “Testemunhar o nascimento de uma favela bem na entrada de um dos cartões postais de Caucaia será um descaso muito grande da atual administração. É preciso agilidade para não deixar este crime se concretizar. O equipamento cultural revitalizava e requalificava não apenas o Icaraí, mas toda região da costa caucaiense”, retrata o estudioso e morador da Praia da Tabuba, Francisco Neto.

bvbv